O que todo estrategista de marketing jurídico precisa saber sobre o custo por clique
Quando você pensa em anunciar na internet, provavelmente se depara com uma sopa de letrinhas: CPC, CPM, CPA, entre outras siglas. Entre elas, o CPC – custo por clique – é uma das mais importantes para qualquer estratégia de marketing, especialmente no setor jurídico, onde a captação de novos clientes é feita com rigor e dentro de limites éticos bem definidos.
Por Rafael Gagliardi, da LETS Marketing
Mais do que apenas um indicador financeiro, o CPC é um termômetro da eficiência e da sustentabilidade das campanhas. Entender como ele funciona, como calculá-lo e, principalmente, como otimizá-lo é essencial para quem busca não apenas mais visibilidade, mas conversões qualificadas que gerem oportunidades reais de negócios jurídicos.
O que é CPC e por que ele é tão importante para advogados e escritórios?
O CPC – custo por clique – é o valor que você paga cada vez que um usuário clica em um anúncio digital. Esse modelo, também conhecido como PPC (pay per click), é amplamente utilizado em plataformas como Google Ads e LinkedIn Ads, especialmente em campanhas de captação ativa, onde o objetivo é gerar leads qualificados para o escritório ou departamento jurídico.
Por que isso é relevante para o mercado jurídico? Simples: porque permite que advogados e escritórios paguem apenas pelas interações efetivas, evitando desperdício de verba em impressões que não geram resultados. Diferente do modelo CPM (custo por mil impressões), em que se paga pela visualização, no CPC o investimento acontece apenas quando há uma ação – o clique.
Imagine que sua banca especializada em Direito Societário decide investir R$ 1.000 em uma campanha sobre fusões e aquisições. Se o CPC médio for de R$ 5, significa que você pode esperar, em tese, até 200 cliques. Agora, o que você faz com esses cliques é o que define o sucesso da campanha.
Como o CPC é calculado?
A fórmula do CPC é bastante direta:
CPC = Custo total da campanha ÷ Número de cliques recebidos
Por exemplo, se você investiu R$ 2.500 e obteve 500 cliques, o CPC médio será de R$ 5.
Parece simples, mas há nuances importantes. Nas plataformas de anúncios, como Google Ads, o CPC não é um valor fixo. Ele é definido através de um sistema de leilão, onde você estipula o valor máximo que está disposto a pagar por um clique. No entanto, o valor real que pagará pode ser bem menor, dependendo da concorrência, da qualidade do seu anúncio e da relevância da sua página de destino.
O algoritmo do Google, por exemplo, avalia o chamado Quality Score – uma métrica que leva em consideração a taxa esperada de cliques, a relevância do anúncio para o usuário e a qualidade da landing page. Quanto melhor a pontuação, menor tende a ser o valor do clique.
Quanto custa, na prática, cada clique?
O custo de um clique pode variar de centavos até centenas de reais, dependendo do setor, da palavra-chave e da concorrência. No mercado jurídico, por exemplo, termos relacionados a “advogado trabalhista” ou “advogado tributário” podem ter CPCs altos, dado o potencial de retorno dessas causas e a intensa competição.
Segundo dados do WordStream, setores como jurídico, financeiro e seguros estão entre os que possuem os maiores CPCs do mercado, especialmente em campanhas no Google Ads. Isso torna ainda mais importante a gestão eficiente do orçamento e a definição precisa das palavras-chave utilizadas.
Se você está promovendo um serviço jurídico de nicho, como recuperação judicial ou proteção de dados, é fundamental entender que o custo por clique será influenciado não apenas pela concorrência, mas também pela qualidade do anúncio e da página de destino.
Como reduzir o CPC sem comprometer os resultados?
Reduzir o custo por clique não significa, necessariamente, investir menos, mas sim investir melhor. Há três estratégias fundamentais para isso:
1. Aumente a qualidade do anúncio
Quanto mais relevante e atraente for o seu anúncio, maior será sua taxa de cliques (CTR) e, consequentemente, melhor será seu Quality Score. Isso se traduz em descontos automáticos no CPC praticado pela plataforma.
Por exemplo, um anúncio genérico como “Advogados à disposição” tende a ter um desempenho muito inferior a um anúncio específico, como “Especialistas em recuperação de crédito para empresas”.
2. Melhore a experiência da landing page
Se a página de destino for lenta, confusa ou irrelevante, sua campanha sofrerá penalizações, elevando o CPC. Certifique-se de que o conteúdo da página esteja alinhado com o que foi prometido no anúncio, com informações claras e chamadas para ação objetivas.
Se você oferece um guia gratuito sobre “Boas práticas de governança corporativa”, o link do anúncio deve direcionar exatamente para essa oferta, e não para a página inicial do escritório.
3. Faça uma pesquisa aprofundada de palavras-chave
Nem sempre o termo mais popular é o mais estratégico. Ao optar por palavras-chave de cauda longa – aquelas mais específicas e menos concorridas – você pode obter cliques mais baratos e, muitas vezes, mais qualificados.
Por exemplo, “advogado tributário São Paulo especialista em PIS e Cofins” tende a ter um CPC mais acessível e uma taxa de conversão mais alta do que a palavra-chave genérica “advogado tributário”.
CPC versus CPM: qual a melhor escolha para o marketing jurídico?
Enquanto o CPC cobra por clique, o CPM cobra por mil impressões, independentemente de cliques. No setor jurídico, onde o objetivo muitas vezes não é apenas fortalecer a marca, mas gerar contatos e fechar contratos, o CPC costuma ser a escolha mais adequada.
O CPM, por outro lado, é útil para campanhas focadas em branding, como quando um escritório quer reforçar sua autoridade sobre um tema específico ou ganhar visibilidade em um novo mercado. Por exemplo, uma campanha nacional para posicionar um escritório como referência em Direito Digital pode optar pelo CPM para maximizar o alcance.
Já quando o foco é captação de leads qualificados – como diretores jurídicos, compliance officers ou empreendedores – o CPC tende a ser mais eficiente e mensurável.
As vantagens do CPC para escritórios de advocacia
O modelo CPC oferece benefícios importantes:
Controle financeiro: você só paga quando há uma ação concreta, o clique.
Mensuração objetiva: é possível calcular exatamente quanto custa atrair cada visitante.
Ajustes rápidos: se uma campanha não performa bem, pode ser ajustada ou pausada imediatamente.
Além disso, o CPC se alinha ao comportamento típico de quem busca serviços jurídicos: a consulta ativa a conteúdos especializados, com intenção real de encontrar soluções para seus problemas ou oportunidades para o seu negócio.
As desvantagens que você precisa considerar
Apesar das vantagens, o CPC também apresenta desafios:
Custo elevado: especialmente no setor jurídico, onde a concorrência é intensa, o custo por clique pode ser alto, exigindo um orçamento significativo.
Exige sofisticação: campanhas eficazes demandam planejamento estratégico, conhecimento técnico e monitoramento constante.
Sem essas competências, há o risco de atrair muitos cliques irrelevantes, elevando os custos sem gerar resultados efetivos.
Como o CPC se conecta com a geração de leads no jurídico?
O CPC é apenas uma etapa dentro de um processo mais amplo: a geração e conversão de leads. Depois do clique, é necessário capturar os dados do visitante e nutri-lo até que se transforme em cliente.
Aqui, entra a importância de construir uma jornada de relacionamento bem estruturada. Por exemplo, após clicar em um anúncio sobre “compliance anticorrupção”, o lead pode ser direcionado para baixar um white paper exclusivo e, posteriormente, ser convidado para um webinar sobre o mesmo tema.
Esse relacionamento progressivo, conhecido como lead nurturing, é fundamental para aumentar a taxa de conversão e maximizar o retorno sobre o investimento (ROI) das campanhas CPC.
Ferramentas indispensáveis para gerenciar campanhas com CPC
Para uma gestão eficiente de campanhas de CPC no setor jurídico, algumas ferramentas são indispensáveis:
Google Ads: a principal plataforma para anúncios de busca e display.
LinkedIn Ads: ideal para campanhas direcionadas a tomadores de decisão, como diretores jurídicos e CEOs.
Google Analytics: essencial para monitorar o comportamento dos usuários após o clique e avaliar a eficácia da campanha.
CRM: para registrar e acompanhar os leads gerados, facilitando a gestão do funil de vendas.
Alternativas ao CPC: quando considerar outros modelos?
Além do CPC, existem outras modalidades de cobrança:
CPA (custo por aquisição): você só paga quando a conversão acontece, como o preenchimento de um formulário.
CPI (custo por instalação): muito usado em aplicativos, mas menos relevante no setor jurídico.
CPM: útil para campanhas de visibilidade.
Cada modelo tem sua função. Para o jurídico, o CPC é mais indicado quando o objetivo é gerar contatos qualificados, enquanto o CPM pode ser explorado para campanhas institucionais.
O CPC como parte de uma estratégia de marketing jurídico integrada
Investir em campanhas de CPC não deve ser um movimento isolado, mas parte de uma estratégia integrada que envolva:
Produção de conteúdo relevante: artigos, guias, estudos de caso.
SEO: para atrair tráfego orgânico complementar.
Social selling: fortalecimento da presença nas redes sociais, especialmente LinkedIn.
Automação de marketing: para nutrir os leads gerados até que estejam prontos para a abordagem comercial.
Ao conectar todas essas frentes, sua campanha CPC se torna mais eficiente, reduzindo custos e ampliando resultados.
Como você tem usado o CPC no seu escritório ou departamento jurídico? As suas campanhas estão realmente gerando negócios ou apenas gastando orçamento?
Reflita sobre isso e avalie: talvez seja o momento de revisitar sua estratégia, ajustar suas palavras-chave, otimizar suas páginas de destino e, acima de tudo, compreender que o CPC é muito mais do que um custo — é um investimento estratégico para quem quer gerar valor real no mercado jurídico.