Como construir uma presença digital que realmente converte na advocacia
Não adianta ter um site jurídico com visual bonito se ele não gera nenhum contato qualificado. Um site que não atrai visitas e não converte não é uma vitrine digital: é uma placa esquecida no meio do deserto.
Por Rafael Gagliardi, sócio da LETS Marketing
Muitos advogados ainda tratam o site como uma formalidade institucional. Criam uma homepage com o histórico do sócio, colocam uma lista de serviços e encerram por ali. Só que quem contrata advogados hoje, seja pessoa física ou empresa, começa sua jornada pelo Google. Se você não aparece, você não existe. Se aparece, mas não transmite confiança, o visitante abandona.
Então vamos ao ponto: o que um site jurídico precisa ter para transformar visitantes em oportunidades reais de negócio?
Visibilidade: um site precisa ser encontrado para ser eficaz
O primeiro obstáculo é o tráfego. Um site sem visitas é um cartão de visitas guardado na gaveta. E o tráfego não vem por acaso. Ele precisa ser planejado.
Os três principais caminhos para atrair visitantes são:
- Tráfego orgânico (SEO): é quando você aparece nos resultados do Google sem pagar por isso. Para isso, seu site precisa estar otimizado com palavras-chave relacionadas ao seu serviço e localização (ex: “advogado societário em Fortaleza”). Além disso, é essencial publicar conteúdo útil, responder perguntas frequentes e manter uma estrutura técnica responsiva e rápida.
- Tráfego pago (Google Ads): aqui, você paga para aparecer nos primeiros resultados quando alguém busca por serviços jurídicos. O segredo está em escolher palavras certeiras, configurar a campanha com foco e direcionar para uma página que realmente converta.
- Redes sociais: tráfego via LinkedIn, Instagram ou Facebook pode complementar sua estratégia. Apesar de ter menor intenção de busca que os canais anteriores, gera reconhecimento e posicionamento.
Sem uma estratégia de tráfego, mesmo o melhor site permanece invisível.
Conversão: não basta visitar, é preciso engajar
A segunda parte é ainda mais ignorada: transformar os visitantes em leads. Não estamos falando de vender serviços diretamente no site (o que é vedado pela OAB), mas de estimular o contato, o agendamento de reunião ou o envio de uma dúvida. Tudo dentro dos limites do Provimento 205/2021.
Quatro elementos impactam diretamente na taxa de conversão:
1. Design limpo, responsivo e profissional Evite sites com excesso de textos ou visuais datados. Um layout moderno, com boa hierarquia de informação e versão adaptada para celular (mais de 80% dos acessos já são móveis) é o básico. Velocidade também é ponto crítico: se o site demora a carregar, o visitante desiste.
2. Conteúdo direcionado a quem você quer atrair Esqueça o texto institucional centrado em você. Pense no cliente. O que ele precisa saber? Quais são as dúvidas mais comuns? Como sua atuação resolve o problema dele? Além disso, se você atua em mais de uma área, crie páginas separadas para cada uma. Isso melhora o ranqueamento e a experiência do visitante.
Exemplo: não basta escrever “atuamos em Direito do Trabalho”. Crie uma página chamada “Advogado para rescisão indireta” explicando os direitos, riscos e prazos. E outra para “demissão por justa causa”, e assim por diante.
3. Provas sociais e elementos de confiança Depoimentos de clientes (dentro do permitido), selos de premiações, anos de experiência, número de processos conduzidos ou certificações são ótimos elementos para gerar autoridade. Coloque esses dados em locais visíveis, como página inicial ou rodapé.
Fotos reais do time também humanizam o site e aumentam a empatia.
4. Chamadas para ação (CTAs) claras e acessíveis Seu site convida o visitante a entrar em contato? Há formulários simples? Botões clicáveis? Links de WhatsApp? Tudo isso aumenta a probabilidade de conversão.
Exemplo: ao fim de cada página de serviço, inclua um botão do tipo “Agende uma conversa com nosso time”. No celular, prefira o botão “Clique para falar com um advogado”.
Como avaliar se seu site está funcionando bem
Você pode usar ferramentas gratuitas como o Google Analytics para entender o desempenho do seu site. Alguns dados que valem acompanhar:
- Quantos visitantes acessam o site por mês
- Quais páginas geram mais interesse
- Quanto tempo os visitantes ficam em cada página
- Taxa de rejeição (bounce rate): alta demais indica que o conteúdo não está retendo
- Quantos contatos chegam via formulário, WhatsApp ou e-mail
A partir desses dados, você pode melhorar a estrutura, criar novos conteúdos ou ajustar o tom da comunicação.
Evite esses erros comuns
- Criar site apenas com o nome do escritório e uma lista de áreas
- Usar linguagem excessivamente técnica e distante do público
- Não otimizar para dispositivos móveis
- Esquecer de configurar ferramentas de análise
- Não atualizar o site com regularidade
Qual é o objetivo real do seu site?
Seu site não precisa ganhar prêmios de design. Ele precisa atrair o cliente certo, passar confiança e facilitar o contato. Cada linha, cada imagem, cada escolha de menu deve trabalhar para isso.
Ao tratar seu site como ferramenta de conversão, e não apenas como “cartão institucional”, você começa a transformar visitantes em clientes com consistência.
No mercado jurídico, ainda há muito espaço para quem decide fazer o básico bem-feito. Um site estruturado, responsivo, com conteúdo claro e estratégia de tráfego é mais que diferencial. É um ponto de virada na forma como você se posiciona e cresce.